O Pássaro de Fogo (em russo, жар-птица, zhar-ptitsa), que literalmente significa “pássaro de calor”, é uma personagem do folclore russo. Segundo a lenda é uma ave mágica de uma terra muito distante, que é tanto uma bênção quanto uma maldição para quem a captura.
Ele é capaz de se comunicar com os humanos, os quais orienta e aconselha, mas se considerar que os humanos não são dignos ou merecedores pode provocar ilusões neles a fim de enganá-los.
O Pássaro é descrito como uma ave grande de plumagem majestosa que flameja em luzes vermelhas, amarelas e alaranjadas como uma fogueira. Suas penas de brilho intenso continuam brilhando mesmo depois de arrancadas de seu corpo e uma única pena é capaz de iluminar um grande salão. A Light que se cuide! Hahahahahaha! Alguns até garantem que as penas são feitas de ouro.
Nos contos de fada, a ave é objeto de uma busca difícil, cobiçada pelo herói que no início se encanta com suas plumas, e ao final, decide por culpá-la de toda espécie de mau agouro que o aflige.
Mas, vamos ao conto:
Existe uma lenda muito antiga que conta sobre um reino onde vivia um jovem arqueiro, dono de um cavalo muito belo. Certo dia o jovem foi à floresta caçar montado em seu cavalo.
No meio do caminho ele notou algo caído que lhe chamou a atenção. O tal objeto brilhava intensamente e parecia atrair o jovem em sua direção.
Ele saltou do cavalo e andou até o ponto brilhante no chão e descobriu o que era: Uma pena de ouro do Pássaro de Fogo, que brilhava como uma chama ardente!
– Não pegue a pena de ouro, ou ela lhe trará problemas! – Aconselhou o cavalo.
O jovem começou a raciocinar consigo mesmo: “Se eu levasse esta pena e a desse de presente ao rei, ele me recompensaria generosamente…”
E assim ele não deu ouvidos ao cavalo. Apanhou a pena do Pássaro de Fogo e levou-a como presente ao rei.
Ao receber o presente o rei disse ao rapaz:
– Obrigado. Mas, já que se mostrou capaz de me trazer uma pena do Pássaro de Fogo, quero que me traga também o Pássaro! – e para o terror do rapaz, o rei acrescentou: – Se não me trouxer o Pássaro de Fogo, tua cabeça cairá pela espada!
O arqueiro, desesperado, foi para junto de seu cavalo e começou a chorar.
– Porque choras, meu amo? – Perguntou-lhe o cavalo ao notar a grande angústia do jovem.
– O rei me mandou trazer-lhe o Pássaro de Fogo. Se não o trouxer, perderei a cabeça!
O cavalo então lhe respondeu:
– Eu tentei te avisar para não pegar a pena do Pássaro de Fogo, ou lhe traria problemas. Mas não tenha medo. Se conseguir apanhar o Pássaro, serás poupado. Vá até o rei e peça-lhe que mande espalhar pelos campos cem sacos de grão.
O jovem fez conforme o cavalo lhe aconselhara e o rei, por sua vez, atendeu ao seu pedido e os grãos foram espalhados pelos campos.
Assim, bem cedo no dia seguinte o jovem conseguiu capturar o Pássaro de Fogo que viera, desavisadamente, comer dos grãos. Com a ajuda de seu fiel cavalo que se aproximou dele, pousou um casco em cima de uma de suas asas e segurou-o com força contra a terra. O valente arqueiro, então, saiu de trás da árvore, atou com uma corda o Pássaro de Fogo, montou o cavalo e galopou em direção ao palácio.
Ao entregar o Pássaro ao rei, este ficou muito feliz e concedeu ao jovem grandes recompensas, além de lhe arrumar um lugar mais alto no reino. Porém, pouco tempo depois o rei lhe deu uma nova ordem:
– Já que se mostrou capaz de me trazer o Pássaro de Fogo, quero que me traga também minha noiva, a princesa Vassilissa! A encontrará no último dos reinos, próximo ao local onde o sol nasce em fogo. Se a trouxeres a mim, serás muito recompensado. E para o terror do rapaz, o rei acrescentou: – Se não me trouxer minha noiva, tua cabeça cairá pela espada!
Novamente o jovem arqueiro foi até seu cavalo, chorando amargamente de angústia.
– Porque choras, meu amo? – Perguntou-lhe o cavalo.
– O rei ordenou-me que eu encontre a princesa Vassilissa e a traga ao palácio. Se não a trouxer, perderei a cabeça!
O cavalo respondeu então:
– Não tenha medo. Se conseguir encontrar e trazer a princesa, serás poupado. Vá até o rei e peça-lhe uma tenda com uma cúpula de ouro, comida e bebida para a viagem.
O jovem seguiu o conselho de seu fiel cavalo e o rei, por sua vez, lhe concedeu comida, bebida e a tenda com cúpula de ouro.
Com tudo preparado, o jovem montou em seu cavalo e iniciou a viagem em direção ao último dos reinos, aquele que fica próximo onde o sol nasce em chamas.
Após muito tempo de jornada o jovem chegou ao destino e se deparou com o sol em chamas e um mar azul, onde encontrou a princesa Vassilissa, que navegava em um pequeno barco de prata, remando com remos de ouro.
O jovem então pôs o cavalo a pastar na grama verde fresca e montou sua tenda com a cúpula de ouro, onde arrumou a comida e a bebida. Após tudo preparado, sentou-se e começou a comer e a beber.
Quando a princesa avistou a cúpula de ouro, dirigiu-se em direção à margem e saltou do barco de prata. Ao avistá-la se aproximando, o jovem arqueiro convidou-a para entrar e provar do alimento que havia preparado. Ela aceitou o convite e logo começaram a beber, a comer e a divertir-se.
Porém a jovem princesa, após beber um copo de vinho, embriagou-se e caiu num sono profundo.
Aproveitando esse momento oportuno, o jovem chamou o cavalo, desarmou a tenda e partiu levando consigo a princesa, que dormia, e pôs-se a caminho, veloz como uma flecha saída de um arco.
Ao retornar ao seu reino, apressou-se em procurar pelo rei, que ficou extremamente feliz por ver sua noiva e agradeceu ao valente arqueiro pelo bom serviço prestado.
Como recompensa, o jovem recebeu muitas riquezas e um lugar ainda de mais destaque no reino.
Porém algum tempo depois, quando a princesa Vassilissa acordou e notou que estava muito longe do mar azul e do sol em chamas, ficou muito triste e começou a chorar.
O rei tentava de tudo para consolá-la, mas não obteve resultados. A jovem princesa estava com muita saudade do mar azul.
Então o rei a pediu em casamento e a princesa respondeu:
– Manda que o jovem arqueiro retorne ao mar azul. No meio do mar há uma grande pedra e debaixo dela escondi meu vestido de noiva. Apenas me casarei quando tiver aquele vestido.
O rei chamou o jovem arqueiro e lhe ordenou:
– Apresse-se! Volte aos confins do mundo, lá onde o sol nasce em chamas. Lá no meio do mar azul há uma grande pedra e debaixo dela está escondido o vestido de noiva da princesa Vassilissa. Quero que o traga até aqui. Se conseguires, lhe recompensarei ainda mais do que antes. – e para o terror do rapaz, o rei acrescentou: – Se não me trouxer o vestido de noiva da princesa, tua cabeça cairá pela espada!
Uma vez mais o jovem arqueiro foi até seu cavalo, chorando amargamente de angústia. “Desta vez eu não escapo”.
– Porque choras, meu amo? – Perguntou-lhe o cavalo.
– O rei ordenou-me que eu encontre e traga-lhe o vestido de noiva da princesa Vassilissa, para que haja o casamento. Se não o trouxer, perderei a cabeça!
O cavalo respondeu então:
– Eu bem lhe disse que não apanhasse a pena de ouro, pois só lhe traria problemas. Mas não tenhas medo. Isto ainda não é uma desgraça. A desgraça só virá depois! Se conseguir encontrar o vestido, serás poupado. Sobe na sela e iremos ao mar azul para trazer o vestido.
Após mais uma longa jornada, chegaram enfim aos confins do mundo, onde o sol nasce em chamas e pararam à beira do mar.
Chegando lá, o cavalo viu um enorme caranguejo que se arrastava pela areia e colocou o seu pesado casco em cima da carapaça.
O caranguejo implorou:
– Não me mates! Deixa-me viver! Farei tudo o que me ordenares!
O cavalo respondeu-lhe:
– No meio do mar azul encontra-se uma grande pedra, debaixo da qual está escondido o vestido de noiva da princesa Vassilissa. Vai buscá-lo!
O caranguejo mergulhou e logo as águas fervilharam. Vindos de todos os lados chegavam em grande quantidade à praia pequenos e grandes caranguejos. O velho caranguejo deu-lhes uma ordem e imediatamente se lançaram à água. Uma hora depois traziam o vestido de noiva da princesa Vassilissa.
A seguir, o cavalo e o valente arqueiro faziam a jornada de volta levando o vestido de noiva da princesa. O jovem correu para entregá-lo ao rei, mas ao saber disso Vassilissa se esquivou mais uma vez e disse ao rei:
– Só me casarei contigo se ordenares que o jovem arqueiro seja mergulhado em um banho de água fervente.
O rei, sem pensar duas vezes ordenou que aprontassem uma banheira de ferro com água fervente, e quando estivesse tudo pronto, lançassem na banheira o arqueiro.
Após tudo preparado, os guardas trouxeram o jovem arqueiro à presença do rei.
“Estou condenado a morrer de forma horrível, tudo por que não dei ouvidos ao cavalo!” – pensava o jovem consigo mesmo.
Antes que fosse lançado na banheira para seu banho mortal, porém, foi-lhe concedido um último pedido. O jovem solicitou então que pudesse se despedir de seu fiel cavalo antes de morrer.
Pela última vez o jovem arqueiro foi até seu cavalo, chorando amargamente de angústia.
– Porque choras, meu amo? – Perguntou-lhe o cavalo.
– O rei ordenou-me que eu seja banhado em água fervente e eu certamente morrerei!
– Não tenhas medo. Não chores. Não morrerás. – disse o cavalo, e lançou um feitiço sobre o arqueiro, sem que ninguém ficasse sabendo.
O arqueiro então voltou à presença do rei que apressadamente ordenou que os guardas o lançassem dentro da banheira.
O jovem foi ao fundo da água escaldante, mas logo retornou para fora da água.
O espanto foi geral: o arqueiro não morrera e sequer apresentava qualquer ferimento de queimadura. Pelo contrário – ele ficara tão belo que ninguém nunca havia visto rapaz tão belo assim! Não haveria pena capaz de descrevê-lo!
Ao ver o que aconteceu, o rei desejou também mergulhar-se na água fervente da banheira. Porém assim que caiu na água, morreu por causa do calor intenso no mesmo instante.
O rei foi sepultado e escolheram o jovem arqueiro para ser seu sucessor.
Ele então se casou com a princesa Vassilissa e, diz a lenda, viveram felizes até o fim de suas vidas.
Beijos mil! :-)
Criss
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1 brincadeiras
qual melhor estimulante masculino
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Clarice Lispector