Olá pessoal!
Este é o primeiro de uma série de posts aterrorizantes para o que eu chamo de OUTUBRO MACABRO, em homenagem ao mês do Halloween. Esses posts irão abranger alguns dos mitos e lendas do terror mundial.
E, para começar, vamos conhecer um pouquinho mais sobre esse personagem que eu A-D-O-R-O, o Vampiro. Afinal, terror sem um “chupador de sangue”, não é terror completo.
Vamos lá...
Segundo o dicionário, uma das definições de vampiro é: “corpo de um morto que, segundo tradição lendária, à noite se reanima e sai do túmulo para sugar o sangue dos vivos”. Ou seja, o vampiro é um walking dead com sede de sangue. Só isso, gente!
Como Tudo Começou
A origem da lenda dos vampiros é tão antiga quanto a origem do próprio ser humano. E imprecisa. Como boa lenda que é, não existe apenas uma, são várias as teorias para explicar a procedência do mito e das lendas vampirescas. Aqui vão algumas.
1- Caim, o vampiro nº 1?
Segundo a crença judaico-cristã, o primeiro vampiro teria sido o personagem bíblico Caim, filho de Adão e Eva, nascido depois que os dois foram expulsos do Paraíso ou Jardim do Éden, lá no Antigo Testamento.
Numa aulinha expressa de catecismo, aprendemos que Caim, por ciúmes e inveja, matou seu irmão Abel. Como punição por ter derramado sangue, Caim foi condenado ao banimento e a vagar pelo mundo. E, por sua condição de errante, Deus colocou nele um “sinal” para identifica-lo como um filho de Adão, e que não poderia ser morto pelos outros.
Amaldiçoado por Deus, condenado a solidão, temendo o fogo e a luz, após vagar por anos pelo mundo, Caim chegou a Node, a “Terra da Fuga”, onde teria conhecido Lilith (a questionável primeiríssima mulher de Adão); mulher ou bruxa que teria lhe ensinado rituais de magia usando o próprio sangue. Será? Babado forte, miga!
2- Sangue é vida?
Antigas civilizações como as Mesopotâmica, Grega Antiga, Romana, Hebraica, Suméria, Babilônica, Asteca, e tantas outras, viam o sangue como símbolo da vida, chegando, inclusive, a bebe-lo para obter suas propriedades essenciais e a vitalidade dos outros.
Porém, as histórias de vampiro atuais estão diretamente vinculadas a Europa Central, onde pessoas humildes de vilarejos, começaram a creditar qualquer mórbido acontecimento a seres sobrenaturais. Mais precisamente, aos vampiros, mortos-vivos que se alimentavam de sangue, líquido precioso da vida.
Para os aldeões, que eram pessoas muito religiosas, os suicidas, excomungados e não-batizados (os “condenados” pela Igreja) tornavam-se vampiros e se levantavam de suas tumbas à noite, atacavam seus familiares em busca de sangue, transformavam-nos em vampiros e depois retornavam ao cemitério para “dormirem”; tipo uma soneca após o lanche.
3- Morte natural ou sobrenatural?
Muitas culturas antigas não compreendiam a morte, muito menos as doenças que levavam à morte seus entes queridos, e procuravam uma explicação para esse mistério. E, mistério por mistério, era melhor culpar o que não se entendia com outra coisa que, também, não se entendia. Entendeu?
Doenças com sintomas de hipersensibilidade ao sol, podendo causar dor, ardor ou queimação, além de insônia, hábitos noturnos, aumento da libido, agressividade, hipersensibilidade à água e cheiros fortes (como o do alho, um tempero bem comum), foram responsáveis pela propagação do mito do vampiro. Enfermidades que vão desde a anemia até a catalepsia. Catalepsia é o estado em que a pessoa parece morta (Cruzes!), pois o distúrbio a impede de se movimentar, e embora as funções vitais estejam desaceleradas, permanece com os sentidos funcionando. Depois de um tempo a pessoa retorna de seu estado catatônico, daí, outrora, ela ser confundida com um morto-vivo.
Fama E Glória
A primeira história de vampiro moderna do gênero ficção de fantasia surgiu na Inglaterra do início do século XIX. Em 1819, The Vampyre (O Vampiro), conto do inglês John William Polidori foi publicado e, erroneamente, creditado a Lord Byron. Pode isso? A obra, que conta a história de um homem nobre e de origens misteriosas chamado Lord Ruthven, foi considerada a progenitora de toda literatura vampírica romântica.
Fantasia de terror: Drácula, livro de Bram Stoker |
Mas, a fama dos vampiros só aconteceria alguns anos depois, em 1897, quando o escritor irlandês Bram Stoker publicaria o romance gótico, que se tornaria um clássico espetacular da literatura de terror, Dracula (Drácula). Ele mesmo. O famoso e único, Conde Drácula. Nobre misterioso e sedutor, que deixou a longínqua e exótica Transilvânia para morar na Inglaterra. Tudo para chupar uns pescocinhos diferentes. Haja disposição, hein, Conde! Hahahaha!
A Verdade Sobre Drácula
Dizem que Bram Stoker se inspirou no Príncipe Vlad III da Valáquia, província da Romênia, para escrever o seu famoso romance sobre Conde Drácula. Vlad III, mais conhecido como Vlad, o Empalador (ou Vlad Tepes, em romeno) nasceu em 1431, em Sighişoara, na região da Transilvânia, também na Romênia e governou a Valáquia em três ocasiões diferentes entre 1448 e 1476.
Seu pai, Vlad II, passou a ser conhecido como Vlad Dracul após ter sido ordenado Cavaleiro da Ordem do Dragão, organização militar e religiosa de cavaleiros, cuja finalidade era defender os interesses da Igreja Católica e proteger o Império de uma invasão dos turcos, muçulmanos e otomanos que avançavam sobre a Europa.
Como Dracul vem do latim draco que significa dragão, seu filho, Vlad III passou a ser chamado de Vlad Draculea (ou Drácula, em português), cujo significado é “filho do Dragão”. Eis a origem do nome Drácula.
Vlad III foi um notável guerreiro que lutou contra invasores turcos e é considerado um herói em seu país. Seus jogos psicológicos contra os soldados turcos e as atrocidades de seus métodos preferidos de tortura e morte por empalação lhe renderam o apelido de Empalador e fizeram dele um inimigo a ser temido. Reza a lenda, uma das várias que existem sobre Vlad, que em um de seus saques, ele matou um de seus vários rivais e decidiu empalar todos os habitantes da cidade – cerca de 20 mil pessoas, entre homens, mulheres e, até crianças. Ninguém escapava a sua crueldade.
Cena de uma das várias lendas sobre o "Empalador" - Vlad faz sua refeição diante de corpos empalados e mortos |
A Palavra Vampiro
Folclore ou não, a origem da lenda dos vampiros ficou perdida num passado confuso. Porém o primeiro relato da expressão vampiro ocorreu no século XVIII, em um documento que registrava casos vampíricos. Como tudo relacionado à lenda, a origem da palavra também é imprecisa. Alguns dizem que vem do russo upir, outros que vem do húngaro vampir, do búlgaro vapir, do ucraniano uper ou ainda do turco uber. Vai saber! E em 1784, do francês vampire para o português vampiro foi um pulo.
Conclusão
O livro Drácula, de Bram Stoker, tirou o vampiro do folclore e o jogou de capa e tudo em nossas vidas. De lá para cá, livros, contos, games, peças de teatro, comics, animações, séries de TV e filmes para o cinema contam histórias de vampiros aterrorizantes, românticos ou engraçados; com vampiros tradicionais que adoram sugar sangue de suas vítimas até aqueles que preferem uma vida pacata, longe do sol que os fazem brilhar como purpurina em fantasias de destaques de Escolas de Samba.
"Drácula", filme de 1931 com Bela Lugosi dando vida ao Conde |
Christopher Lee, como o Conde Drácula, no filme "O Vampiro da Noite", de 1958 |
Gary Oldman no papel de "Drácula de Bram Stoker", filme de 1992 |
Animação "Hotel Transilvânia 2", de 2015, com Adam Sandler como a voz do Conde |
Luke Evans é Vlad III/Drácula no filme "Drácula: A História Nunca Contada" (2014) |
O poder de sedução de um vampiro é tanto que até os “humanos” mais radicais colocam próteses dentárias, usam vestimentas góticas, bebem sangue e fazem caras e bocas vampirescas, dizendo por aí, em alto e bom som: “Sou um Vampiro”. Sem problema, afinal, para os vampiros modernos não há mais estacas de madeira, água benta e cruzes que os afastem ou os matem (Ooooo!). Nem mesmo o sol tem esse poder agora. Por isso... Cuidado com seu vizinho!
Ser vampiro ou não ser vampiro, eis a questão |
Sangue do meu sangue. Hummmm... |
Vampiro atual? |
Vampiro procura... |
Vampiro saudosista de cartola |
Maria José Cristerna, a mulher-vampiro mexicana. Ela se "transformou" em um vampiro |
Beijos mil! :-)
Criss
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“Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato... ou toca ou não toca.”
Clarice Lispector